Vivo aqui como um peixe num vaso d’água, com o bastante apenas para continuar vivo, mas no céu eu nadarei num oceano.
Aqui, tenho em mim só o escasso ar que me mantém respirando, mas lá terei ventanias doces e refrescantes; aqui, tenho um raio de sol para iluminar minha treva, um feixe morno que me impede de congelar; lá viverei em luz e fervor para sempre.
Meus desejos naturais são corrompidos e desviados, e tua misericórdia é destruí-los; meus anseios espirituais foram plantados por ti, e tu os regarás e os farás crescer; aviva a minha sede e a minha fome pelo teu reino.
Aqui , eu posso ter o mundo, lá, em Cristo, Senhor, terei a ti; aqui, a vida é de ansiedade e oração, lá é segurança sem suspeita, súplica sem negativa; aqui, as consolações são rudes, são mais fardos que favores, lá está a alegria sem o amargor, a consolação sem o sofrimento, o amor sem a inconstância, o descanso sem a fadiga.
Faz-me saber que o céu é todo amor, é onde o olho sensibiliza o coração, e a continuada contemplação da tua beleza, mantém a alma em permanente êxtase deleitoso.
Faz-me saber que o céu é todo paz, onde o erro, o orgulho, a rebeldia e a paixão não erguem a cabeça.
Faz-me saber que o céu é todo alegria, é o término da fé, do jejum, da oração, do pranto, da humilhação, da vigilância, do temor, do descontentamento;
E LEVA-ME LOGO PARA LÁ!
Uma oração puritana.
Extraído de: The Valley of Vision
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